Rafael Reis reforçou a sua camisola amarela ao vencer isolado a 1ª etapa

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A 82.ª Volta a Portugal teve 175,8 quilómetros entre Torres Vedras e Setúbal

Está imparável! É um início de prova que o corredor da Efapel nunca ousou sonhar, mas a realidade confirma a melhor das expectativas de Rafael Reis, nascido em Setúbal há 29 anos exatamente onde chegou esta quinta-feira a 82ª Volta a Portugal Santander.

Depois de deixar a concorrência longe no Prólogo, nesta primeira etapa atacou na descida de uma Arrábida que tão bem conhece e surpreendeu um pelotão que nunca mais o apanhou. Reis arriscou tudo na descida e foi recompensado terminando dois segundos à frente do grupo. Pequena vantagem que na classificação lhe dá agora 13 segundos à frente do companheiro de equipa Mauricio Moreira. Diego Lopez (Kern Pharma) subiu à terceira posição a 17 segundos.

“Dei o máximo. Estava combinado se eu passasse as duas subidas que antecediam o topo da Arrábida ia arriscar tudo. É muito especial, é mesmo muito especial. Só acreditei quando olhei para trás nos últimos 200 metros, o Rúben [Pereira, diretor desportivo] ia a dizer para não desistir. Não desisti! Olhei para trás, vi que era suficiente e não quis acreditar. É um sentimento muito especial vencer assim”, admitiu um emocionado Rafael Reis.

Lembrar Campeões em Torres Vedras

Se Rafael Reis está a fazer a história deste arranque de Volta, outras estórias se contaram à partida deste dia em Torres Vedras. Tantas das façanhas de Joaquim Agostinho foram evocadas na abertura de portas do Museu do Ciclismo que tem o nome do campeão. Além do executivo camarário e da organização da Volta também o secretário de Estado do Desporto, João Paulo Rebelo, se associou ao momento.

Da partida também se assinala o silêncio pela memória de Pedro Silva, falecido recentemente. Pedro foi dos sprinters mais ganhadores nos anos 90 e posteriormente diretor desportivo, responsável pelo lançamento de tantos jovens talentos.

A etapa foi muito movimentada, quase desde as primeiras pedaladas. Alguns ciclistas cedo mostraram querer protagonismo nesta primeira etapa em linha, de 175,8 quilómetros. Carlos Miguel Salgueiro (LA Alumínios-LA Sport), Garikoitz Bravo (Euskaltel-Euskadi) e Willie Smit (Burgos-BH) acabaram por formar um trio na frente que só na subida da Arrábida se desfez, com o português a ser o último a ser apanhado, depois de ter passado em primeiro nas três metas volantes: Alenquer, Arruda dos Vinhos e Palmela.

Na travessia da serra da Arrábida houve vários ataques e Hugo Nunes (Rádio Popular-Boavista) aproveitou para ser o primeiro na contagem de segunda categoria vestindo no pódio de Setúbal a nova Camisola das Bolinhas Continente destinada ao melhor trepador.
Apesar dos ataques na subida, foi a descer que tudo se decidiu. Com a vitória, Rafael Reis, além de reforçar a Amarela Santander, é também o dono da Camisola Verde Rubis Gás. Juri Hollmann (Movistar) enverga a Camisola Branca da Juventude Jogos Santa Casa, enquanto a Efapel lidera por equipas, com 18 segundos de vantagem sobre Movistar, a equipa World Tour presente na corrida.

A Estreia de Ponte de Sor na Volta

Esta sexta-feira, a Volta a Portugal Santander invade o Alto Alentejo e instala-se em Ponte de Sor que, pela primeira vez, surge no mapa da competição. O pelotão inicia a etapa às 13h05 e tem pela frente 162,1 quilómetros até Castelo Branco. Esperam pelos ciclistas três metas volantes: no Crato (42,3 quilómetros), em Portalegre (64,1) e Vila Velha de Ródão (132,3). Haverá ainda outros tantos prémios de montanha de terceira categoria: Monte Paleiros (71,8), Serra de Ródão (126,1) e Retaxo (149).

CLASSIFICAÇÃO GERAL

1.º Rafael Reis (Efapel), 4h18m33s

2.º Diego Lopéz (Kern Pharma) a 17s

3.º Juri Hollmann (Movistar) a 21s

4.º Tom Wirtgen (Bingoal Pauwels) m.t.

5.º Gustavo Veloso (Atum General-Tavira) , a 22s

6.º António Carvalho (Efapel) m.t.

7.º Joni Brandão (W52-FC Porto), a 23s